top of page

Regência

Chuço de abordagem a Armada Imperial largamente utilizado nas embarcações brasileiras durante o Primeiro Reinado, Regência e Segundo Reinado 

Chuço de abordagem da Armada marcação Kingenthal.

 

     O chuço de abordagem é uma pequena lança (no máximo com dois metros e meio de comprimento), usado nos navios desde as épocas mais antigas, pois, além de ser uma arma comum em terra (a lança de infantaria), também era baseado em uma ferramenta de uso diário a bordo, o croque. Este era uma haste com um gancho na ponta, usado nos trabalhos normais de bordo. No ataque ao forte do Mar, na Bahia de 1624, os marinheiros do Holandês de Witt usaram croques no assalto, por exemplo.

 

     Ponta e conto de chuço de abordagem de meados do século XIX. Acervo do MHN.

Esta arma é mais especializada do que o croque, pois normalmente não tem o gancho e sim uma ponta aguçada. Os exemplares de melhor acabamento, do século XIX, tem um conto com um orifício, deixando passar um pequeno trecho da haste de madeira, de forma a não danificar os conveses dos navios. É fácil identificar um chuço de uma lança de cavalaria: além de seu comprimento bem mais curto, não tem cruzetas e a haste é sempre de um só diâmetro, ao contrário da haste da maior parte das lanças, que aumentam de diâmetro para o conto.

 

     Durante o Império, os regulamentos militares previam o uso de chuços por um sexto das tripulações dos navios (entre 150 e 25 armas, de acordo com a classe, de nau a barca), sendo que um manual mais tardio especificava que os porta-cartuchos (serventes dos canhões que transportavam a munição dos paióis para a peça) seriam armados com eles, em caso de abordagem.

 

     Saíram de serviço na armada apenas em 1892, sendo removidos dos navios "por não corresponderem mais às necessidades da tática atual", sendo substituídos pelos revólveres.

bottom of page